segunda-feira, 26 de novembro de 2007

SILENCIO É VIDA


Palavras são sementes. Mas também podem ser veneno. Combustão. Daí, podemos afirmar, com toda a certeza, que as palavras têm poder. De vida ou de morte. Falar é bom. Falar pouco é melhor. Contudo, às vezes, nada falar é essencial. Juntamente com a arte de saber falar, devemos aprender a arte de ficar calado. A sabedoria e a prudência têm as suas raízes no silêncio. Não há reflexão onde há barulho. Não é por acaso que o dito popular eternizou a célebre frase: "quem muito fala, muito erra".
Quando, então, o silêncio se faz necessário? Manter-se em silêncio é fundamental, quando as palavras podem comprometer nossos sentimentos e ferir as pessoas a quem amamos. Palavras penetram como se fossem espadas afiadas. Elas perpassam o coração e abrem feridas enormes, deixando suas marcas na alma. Quem ama não agride, ainda mais com palavras. Quantos casais e famílias vivem relacionamentos enfermos, por conta da insanidade e do veneno de muitas palavras pronunciadas desnecessariamente. Saber calar é estratégico, quando os ânimos de uma discussão ficam exaltados, e a irracionalidade confere ao comportamento humano um perfil animalesco. Diz um ditado popular: "quando um não quer, dois não brigam". Quando as pessoas se agridem por meio de palavras, e aproveitam para externalizar suas mágoas reprimidas, é o momento de ficar calado. Muitos já perderam a vida, porque não prenderam a língua. A ira externalizada por meio de palavras é uma arma muito perigosa. É combustão pura! A arte do silêncio é aperfeiçoada por uma outra: a de escutar.
Ouvir e escutar não são a mesma coisa. Escutar envolve o coração. Quem escuta respeita a quem fala, reflete sobre as diferenças de opinião, confere sentido às palavras do outro. É preciso escutar a voz dos filhos, dos pais, do cônjuge, dos amigos, dos  mais velhos e, também, a voz de Deus, através de suas várias formas de linguagem. Escutar só é possível quando nossa língua silencia. A Bíblia nos ensina: "todo homem bom seja tardio para falar, pronto para escutar".
A paz não pode prescindir do silêncio. Quando nos calamos, estamos semeando a paz. Como isso é possível? Quando não provocamos a ira a ninguém; quando evitamos todo tipo de crítica destrutiva; quando não afirmamos nada, sem profunda certeza; quando jamais fazemos pré-julgamentos; quando fugimos de toda e qualquer fofoca; quando decidimos não pronunciar (para nós e para os outros), palavras de maldição.O silêncio não implica uma postura de passividade diante da vida, e nem das pessoas. Saber calar, não é abrir mão de seus direitos, escondendo-se atrás de um silêncio patológico. Neste contexto, estar calado é a arte de saber viver.
Muitas vezes o silêncio é o amálgama que sedimenta os relacionamentos, preserva o presente de muitos males, e projeta um futuro de paz.

Estevan Fernandes



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