quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Reanimação boca-a-boca no alvorecer de 2008




“Reanime o meu coração em Cristo!” (Fm 20)


Não se perde apenas a carteira, a chave do carro, o ônibus. Não se perde apenas o juízo, a saúde, a vida. Não se perde apenas a vergonha, o caráter, a reputação. Não se perde apenas o emprego, a oportunidade que passa mas não pára, o ente querido.

Perde-se também o ânimo, aquela força motriz que põe tudo em movimento. Isso acontece com todo mundo, com o justo e com o pecador. Raramente em alguns poucos casos, muitas vezes em outros casos. É uma situação desagradável, ameaçadora e paralisante.

Davi perdeu o ânimo quando encontrou a cidade de Ziclague, onde estavam sua mulher e seus filhos, as mulheres e os filhos de seus seiscentos companheiros, destruída pelo fogo, e quando percebeu que os familiares de todos tinham sido levados como prisioneiros pelos amalequitas. Mas ele conseguiu reanimar-se no Senhor e então teve condições de reagir e transformar por completo o quadro (1Sm 30.1-20).

Na menor de suas epístolas, Paulo pede sem acanhamento e sem rodeios a Filemon: “Reanime o meu coração em Cristo” (Fm 20). Ele estava velho e encarcerado. Na esperança de ser libertado em breve, ele pede também pousada: “Prepare-me um aposento” (Fm 22). Mas entre uma coisa e outra, naturalmente a reanimação é muito mais importante que o aposento.

De fato, uma injeção de ânimo faz bem. Uma boa saúde, uma boa situação financeira, um bom relacionamento familiar podem tornar o desânimo mais difícil e menos freqüente, mas não são suficientes para manter o ânimo em todo o tempo e em todas as circunstâncias. O ânimo precisa ser mantido e renovado custe o que custar, principalmente quando há algum baque emocional, de causa conhecida ou não, de dentro para fora ou de fora para dentro. Somos todos complicados, vulneráveis e frágeis. E as circunstâncias nem sempre ajudam. Daí a necessidade de algum socorro sem perda de tempo, de alguma reanimação boca-a-boca! A mais urgente possível.

Não é à toa que Jesus dizia repetidas vezes: “Tenha bom ânimo” (Mt 9.2; Mc 10-49; Jo 16.33). Todos precisam de ânimo, principalmente aqueles que estão à frente de algum empreendimento. Esta foi a receita de Moisés a Josué: “Não tenha medo! Não desanime!” (Dt 31.8). Sem ânimo, não se sai do lugar, não se avança, não se conquista nada e ainda se contagia os outros.

Antes de solicitar a Filemon “reanime o meu coração em Cristo”, Paulo faz uma referência elogiosa a ele:
 “Você, irmão, tem reanimado o coração dos santos” (Fm 7).

Deus é a fonte de todo ânimo. Ele pode nos reanimar tantas vezes quantas forem necessárias e nos transformar em reanimadores dos outros. Esse bem poderia ser o nosso alvo para 2008!

REVISTA ULTIMATO - Edição 310